Créer un site internet

Le crayon du randonneur

Le crayon du randonneurDans le crayon du randonneur
Il y a la descente à la mine
Le prix donné de la sueur
Le fil des pensées qui cheminent

Le bois sculpté de nos rencontres
Ou mordillé des fausses pistes
Les paysages qu’il nous montre
Essayant d’en dresser la liste

Dans le crayon du randonneur
Il y a l’avenir à écrire
L’emballement des coups de cœur
Et un cap à ne pas tenir

Le bois glané d’un feu de camp
Le nom inventé des étoiles
Cette envie de foutre le camp
Quand le vent souffle dans les voiles

Dans le crayon du randonneur
Il y a des phrases qui se perdent
Des, « qu’importe le jour et l’heure »
Des sieste(s) au gré d’un carré d’herbe

Le bois taillé pour l’aventure
Ou pour les fautes d’orthographe
La poésie de ses ratures
Le souligné d’un paragraphe

Dans le crayon du randonneur
Il y a la vie en noir et blanc
Quand le sentier met ses couleurs
Hors de portée de nos talents

Le bois flotté de ses dérives
Quand rien ne presse, que le soir
Le jour pointant sur l’autre rive
Et cette envie d’y aller voir

Dans le crayon du randonneur
Il y a l’ailleurs à chaque pas
Le poids du sac et de ses peurs
Le gribouillis de ses faux pas

Le bois qui cache la forêt
De tout ce qui ne peut se dire
La montagne, et celle d’après
Et des, « rien ne sert de courir »

Dans le crayon du randonneur

                                                                À Frederico…
Philippe Thivet
(GR®10, 04/09/2022)

No lápis do andarilho

No lápis do andarilho
Há a descida na mina
O preço pago ao suor
O fio dos pensamentos que trilham

O bosque esculpido de nossos encontros
Ou picado em falsas pistas
As paisagens que ele nos mostra
E tenta fazer uma lista

No lápis do andarilho
Há o futuro a escrever
Impulsos à primeira vista
E um curso a não manter

A lenha recolhida numa fogueira
O nome inventado para as estrelas
E esse desejo de partir
Quando o vento estufa as velas

No lápis do andarilho
Há frases que se perdem
Como « Não importa o dia, nem a hora"
E repouso num pedaço de grama

A madeira talhada para a aventura
Ou para erros de ortografia
A poesia em suas rasuras
O sublinhado de um parágrafo

No lápis do andarilho
Há vida em preto e branco
Quando a trilha coloca suas cores
Fora do alcance de nossos talentos

A madeira flutuante à deriva
Quando nada tem pressa, apenas a noite
O dia apontando para a outra margem
E essa vontade de ir ver

No lápis do andarilho
Tem um além a cada passo
O peso da mochila e seus medos
O rabisco dos tropeços

A tronco que esconde a floresta
De tudo o que não pode ser dito
A montanha, e aquela outra
E coisas como "não adianta correr"

No lápis do andarilho

Traduction: Márcio Faraco